Entrevista com Ana Luísa Pereira – Presidente da FAP
04 - may. - 17
Ana Luísa Pereira – Presidente da Federação Académica do Porto - responde às perguntas da BOL.
Ana Luísa Pereira – Presidente da FAP
A história da Queima das Fitas do Porto remonta a inícios do séc. XX. Pode contar-nos um pouco dessa história?
A história da Queima das Fitas no Porto iniciou-se em 1920, através dos finalistas de Medicina da Universidade do Porto que faziam a chamada "Festa da Pasta”, que é considerada a origem da Queima das Fitas do Porto.
A "Festa da Pasta” era um evento, com um grande espírito académico, que comemorava a passagem da pasta dos estudantes que estavam a terminar o seu curso, os quintanistas, aos que entravam na reta final, os quartanistas. Juntamente com a passagem da pasta era imposto o grelo aos quartanistas. Ao longo dos anos a "Festa da Pasta” foi-se difundindo pelas diversas faculdades da Universidade do Porto, sendo que cada faculdade tinha a sua própria festa. As diversas "Festa da Pasta” realizaram-se ininterruptamente até 1943, ano a partir do qual passou a haver uma só para todas as faculdades.
Nesse mesmo ano de 1943, começou-se a usar o nome de Queima das Fitas, paralelamente ao de "Festa da Pasta”, tendo-se realizado no ano seguinte, em 1944, ainda integrado nestas comemorações, a primeira Missa da Benção das Pastas, na Igreja dos Clérigos.
Em 1945, a expressão "Festa da Pasta” é abandonada totalmente e é a partir desta data que passa a existir a "Queima das Fitas do Porto”, que resulta da já explicada evolução da "Festa da Pasta”. Até 1971, de uma forma natural, a "Queima das Fitas do Porto” vai evoluindo. Em Coimbra a Queima realiza-se até em 1968, desaparecendo em 1969 no seguimento de todas as convulsões políticas de então. No Porto, a Queima das Fitas só se deixa de realizar a partir de 1971.
Em 1978 a Queima das Fitas ressurge no Porto, com a designação de Mini-Queima e consistiu num cortejo, o que gerou alguma polémica e contestação em vários quadrantes da sociedade por considerarem que esta era uma iniciativa reacionária. No ano seguinte, em 1979, foi feita uma tentativa mais alargada de organização de Queima das Fitas, tendo havido duas comissões organizadoras. No entanto, só uma delas teve sucesso. A partir daí a Queima das Fitas do Porto começou a tomar os moldes que atualmente conhecemos, com inúmeras atividades desde a Serenata, ao Cortejo, passando pelas Noites, concerto Promenade, Festival Ibérico de Tunas Académicas, Sarau Cultural… Esta evolução ao longo dos últimos 20 anos fez com que a Queima das Fitas deixasse de ser uma festa restrita aos estudantes para passar a ser a segunda maior festa da cidade do Porto e a maior festa Académica do País.
A adesão da Queima à BOL representou uma abertura do evento a um público mais alargado. Como é que vêem esta parceria?
Nos últimos anos, a Queima das Fita tem sofrido uma progressiva mutação: deixou de ser exclusivamente uma festa restrita aos estudantes para passar a ser a segunda maior festa da cidade do Porto e a maior festa académica do país.
Atualmente, a Queima das Fitas é uma organização da Federação Académica do Porto (FAP) e movimenta cerca de 350 000 estudantes, e um elevado número de pessoas afetas à Área Metropolitana do Porto, números estes só possíveis de atingir dada a diversidade de eventos produzidos, sendo prioridade da FAP não só na quantidade de eventos mas sobretudo a qualidade dos mesmos, havendo um esforço para proporcionar bons espetáculos, a preços acessíveis, a todos os estudantes e a toda a comunidade interessada. Assim sendo, a FAP vê a sua parceria com a BOL como fundamental, para garantir que os estudantes e o publico em geral tenham acesso de forma mais rápida, cómoda e segura aos bilhetes para a Queima das Fitas do Porto.
Que melhorias a BOL trouxe em termos de organização do evento, gestão de bilheteira, acessos ao recinto?
Um evento com a dimensão da Queima das Fitas do Porto, que abrange milhares de pessoas, teve naturalmente de se adaptar às novas tendências e à realidade dos estudantes. Sendo esta uma era digital, em que grande parte da população tem acesso à internet, a parceria com a BOL tornou-se imprescindível para ser possível diminuir as filas e o tempo de espera nos postos de venda físicos do evento. Para além disso, A BOL facilitou bastante o processo de venda de bilhetes, auxiliou o acompanhamento em tempo real das vendas através da internet e trouxe um maior controlo digital nos acessos ao recinto.
Quais as principais bandas que este ano vão marcar presença no Queimódromo? Pode falar-nos brevemente sobre cada uma delas?
Ainda não sabemos.
Que outras novidades e melhorias podem esperar todos os que se deslocarem ao Porto para esta edição da Queima?
Todos os anos trabalhamos afincadamente para que a Queima das Fitas do Porto seja uma experiência única na vida dos estudantes. A prioridade são os estudantes da Academia do Porto, mas os estudantes deslocados de outras Academias são sempre muito bem-vindos. Assim sendo, serão disponíveis antecipadamente em todos os nossos canais de comunicação, de forma objetiva e esclarecedora, todas as informações necessárias sobre bilhetes, transportes, acessos ao recinto, segurança, posto médico. Desta forma, mesmo os estudantes que não conhecem a realidade da cidade, não terão dificuldades na sua deslocação e poderão aproveitar o evento de igual forma.
Como é que a Queima das Fitas do Porto consegue competir com outras queimas de norte a sul do país? Ou não há competição?
Não existe nenhuma competição direta com as outras Queimas por todo o País. Existe, naturalmente, a vontade de proporcionar aos nossos estudantes a melhor experiência possível. A FAP encara a Queima das Fitas como uma retribuição à cidade do Porto e à Região por tudo aquilo que proporciona aos estudantes da Academia, nas suas mais variadas vertentes. Felizmente, os números alcançados nos últimos anos, fazem-nos acreditar que não existe melhor Porto de Encontro que o nosso.
Quais os djs que vão animar a discoteca da Queima?
O Cartaz ainda não está fechado.