Miguel Linhares, Produtor do Azure Festival 2013
26 - jul. - 13
O Festival Azure é um evento multicultural que ocorre anualmente na ilha Terceira, este ano realiza-se na zona balnear do Negrito, em São Mateus da Calheta (Angra do Heroísmo), sendo esta uma das zonas balneares mais bonitas e histórica da cidade Património Mundial. Este ano, o Festival foi automatizado pela BilheteiraOnline. A BilheteiraOnline resolveu entrevistar o produtor do evento.
Miguel Linhares
Qual é o seu gosto musical?
Muito variado, logo que seja boa música. No entanto, claramente, tenho uma preferência vincada por rock, quase tudo o que é rock, embora o metal seja algo que me acompanha há duas décadas e o que me dá mais gozo ouvir. Blues também está no topo da lista, algum jazz e compositores clássicos, especialmente Rachmaninoff, Vivaldi, Mendelssohn e Wagner.
Qual foi a banda que lhe deu mais gozo trazer ao Festival Azure? Houve alguma que tenha sido uma insistência pessoal?
Na realidade foram todas. Nunca fazemos o festival baseados no nosso gosto pessoal, em termos de gestão de eventos isso é um erro, a não ser que sejo um festival de um só tipo de música e que esse seja do agrado pessoal. No entanto houve uma banda que foi um pouco por "teimosia" de dois ou três membros da organização, os RAMP. Os Peste & Sida também foi um pouco assim, por "teimosia".
Os negócios da indústria musical mudaram radicalmente. A crise profunda das vendas de discos acabou por facilitar o vosso trabalho de promotores de concertos? Os músicos precisam de tocar, isso dá-vos mais margem de manobra?
Acho que não. A crise de vendas, pelo menos num meio pequeno como o açoriano, não altera muito o trabalho dos promotores. Na realidade, embora hajam muitos concertos na região principalmente no verão com artistas nacionais e internacionais, o que acontece é que os açorianos estão quase sempre sedentos de concertos e de bandas novas. A insularidade isola um pouco o amante de música que cá vive, pois os grande eventos passam todos pelo continente, mas não pelas ilhas. Mas devo dizer que a postura dos músicos portugueses mudou um pouco...
Como é que se define um cartaz como o Festival Azure? Com que antecedência se começa, até quando há margem para alterações? São as próprias bandas que se propõem para o festival?
Define-se por uma diversidade que não se vê em nenhum outro festival regional. No mesmo ano podemos estar a ver Mata-Ratos, Virgem Suta, Macacos do Chinês ou Kussondulola, assim como dj´s de quase todas as correntes eletrónicas. É acima de tudo um evento que tenta se distanciar dos grandes cartazes das festas concelhias açorianas que são - regra geral - mais do mesmo todos os anos. O trabalho começa um mês depois do final de cada edição, ou seja trabalha-se um ano inteiro, mas alterações são efectuadas até dois meses antes do evento, por questões financeiras por exemplo.
Temos sempre alguns artistas em mente e trabalhamos para isso, mas ao longo de vários meses vão havendo alterações, porque descobrimos algo novo, por exemplo. Mas também recebemos centenas de propostas de artistas que pretendem vir ao Azure e isso também é importante para elaborar um cartaz.
O perfil do publico do Festival é decidido nos gabinetes?
Não, de todo. Nem pensamos muito nisso, é algo que corre naturalmente.
O que é que motivou a colaboração com a BilheteiraOnline?
A versatilidade e fiabilidade do serviço. Julgamos vir a ser um parceiro fundamental na organização de eventos futuros.